Extintores e a Química: Um Universo de Moléculas e Reações Variadas
Uma das primeiras
coisas que nos vem à mente, quando pensamos em incêndio é a utilização de água
para conter as chamas, será que sempre funciona? É o mais indicado?
Vamos
esclarecer alguns pontos, mas com mais uma pergunta. Por que ocorre uma
combustão? A resposta é simples, temos três fatores para ocorrer a combustão
(queima de um material), são eles: o material a ser queimado, o oxigênio e a
temperatura. Quando estes três pontos se satisfazem, ocorre a combustão, a
queima do material. Se anularmos qualquer um destes três pontos, a combustão, a
chama, é extinta. Diante disso é muito comum o seguinte raciocínio! Está
pegando fogo, sogue água! Mas...
Durante
a combustão, no momento do incêndio, a água é a responsável pela retirada do
calor que envolve as chamas. Com a retirada deste calor, através do resfriamento
do material, abaixamos a temperatura e o fogo é extinto. Mas por que temos
tantos tipos de extintores? Deve ser porque não apagamos todas as chamas com
água? Sim, claro.
Vamos
a um exemplo, imaginemos que está vazando óleo de um veículo e este entrou em
ignição, ou seja, pegou fogo. O óleo é um líquido viscoso, e se jogarmos água,
ela não fica muito tempo sobre o material em chamas, pois escoa rápido. Sendo
assim, as espumas são utilizadas no combate, que nesse caso cobre a superfície
do material em chamas e corta o contato com o oxigênio, um dos três itens para
a combustão. Hum, espumas, do que são feitas? De Química? Claro, são compostos
orgânicos ou inorgânicos produzidos para este propósito, combater incêndios.
Um tipo destas
espumas é o Líquido Gerador de Espuma (LGE), que pode ser obtido a partir de
proteína animal; proteína animal e compostos Fluorados ou sintéticos com
compostos Fluorados. Para a produção destas espumas são necessários seis litros
de LGE com noventa e quatro litros de água, ou seja, uma concentração de 6%, e
injetadas na chama juntamente por ação mecânica e ar.
Estamos ilustrando o
LGE, pois recentemente, em Santos-SP foi necessário à utilização deste composto
LGE para combater, com eficiência, o incêndio em tanques de combustível que
durou por volta de sete dias. Inicialmente foi utilizada água do mar para
combater as chamas, sem sucesso! O simples resfriamento dos tanques não parou a
combustão. Foi necessário o emprego do LGE, produto importado dos Estados
Unidos, e disponíveis em reservatórios na Bahia e no Rio Grande do Sul. Trazidos
até Santos e as chamas foram posteriormente extintas! Um alívio para a
população daquele local. Temos outros tipos de extintores, muito comuns em
prédio e nos veículos. Hã, veículos, e o tal do tipo ABC, o que significa?
Pois bem, existem
diferentes tipos de extintores que são utilizados em diferentes classes de incêndios
(classificados como A, o B e o C, uma classe especial a D e o famoso ABC
discutidos na mídia). Estes extintores são preenchidos por produtos químicos
variados, e que diferem no modo de eficiência para cada situação de incêndio. Determinados extintores não se aplicam
há alguns casos e, se utilizados podem provocar o agravamento do quadro. Por
exemplo, um incêndio de origem elétrica, ao jogarmos água, agravamos a
situação, pois não sessa a chama, assim é empregado o pó químico, que corta a
interação com o oxigênio. Diante destas situações diversas, os extintores podem
ser compostos por água, hidrofluorocarbonetos, dióxido de carbono, produtos
químicos secos e pó químico especial.
No caso, para os
extintores de água, considerado o mais comum é aplicado em situações onde combustíveis
básicos como papel, madeira, plástico e objetos similares estão queimando
(classe A). Onde sua finalidade é eliminar o calor que desencadeiam o processo
de queima e estes extintores são encontrados facilmente em residências, embora
não sejam indicados para incêndios de outras naturezas.
Se a origem de um
incêndio é elétrica ou proveniente de petróleo (classe C), o tipo de extintor
aconselhável é o de dióxido de carbono, pois a baixa temperatura deste minimiza
o calor e a intensidade do fogo, além de deslocar o oxigênio que deixa o fogo
aceso. Mas também, esse tipo de extintor
se aplica aos casos de incêndios de classe A e B. Uma vantagem deste tipo é por
não reagir com a eletricidade e não deixar resíduos presentes.
Os extintores
compostos por produtos químicos secos são caracterizados por separar o fogo do
oxigênio, isso acontece mediante a uma camada de pó químico posta contra o
fogo, sendo o agente ativo desse pó o fosfato de monoamônio, mais conhecido
como extintor ABC e atualmente recomenda-se a presença deste em veículos
automotivos.
Esse tipo de extintor
é considerado viável para todas as classes de incêndios provocados, seja de líquidos
inflamáveis (classe B), de origem elétrica, petróleo ou outros combustíveis. Por
isso, estes extintores são obrigatórios seu uso nos veículos, pois independente
das causas do incêndio, sua eficácia é maior ao combate as chamas.
Extintores
com produtos químicos secos também são cruciais em casos onde o fogo tem uma
rápida tendência de crescer e gerar grandes estragos como em postos de gasolina
ou em grandes reservas petrolíferas.
Extintores composto
por pó químico especiais aplica-se ao combate de fogo de materiais derivados de
elementos pirofóricos (metais inflamáveis) caracterizado por classe D, por meio
de abafamento e, este extintor é o único capaz de conter esse tipo de incêndio.
Os
hidrofluorocarbonetos são os produtos químicos considerados, segundo cientistas
os mais promissores já encontrados, do qual, esses compostos apresentam uma
alta eficiência para interromper reações envolvidas no processo de queima, além
de não oferecer nenhum risco à camada de ozônio.
Ressaltando que o
rótulo de cada extintor deve conter informações claras sobre as classes de
incêndios indicados para o uso do mesmo. Bem pessoal, é apenas alguns
comentários sobre os extintores e suas relações com o universo da química,
sempre ligados para novas postagens e novos textos.
A seguir alguns links
para os mais interessados aprofundar seus conhecimentos sobre este assunto:
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